quarta-feira, 6 de maio de 2015

Eyaculación Post Mortem

Eyaculación Post-Mortem é uma banda espanhola, formada em 2001, fortemente influenciada por Horror Punk, eletrônico, New Wave, Gótico e Trash. Trazem em suas composições elementos sombrios e de humor negro, além de serem caracterizadas pela introdução de sonoridades de filmes B em suas gravações. 

Iniciaram o projeto de forma totalmente independente - e assim ainda seguem -  como forma de oposição ao sistema que os reprimia em todas as suas expectativas de vida, sonhos, gostos e vocações. 

Em 2002, foi lançado o primeiro álbum "La Oscura Hermandad, produzido por "La Oscura Ceremonia", local de produção e grupo (ou irmandade, como eles chamam) pertencente a banda desde a sua criação. 

Logo em seguida começaram as primeiras apresentações, que levou a produção de mais cinco álbuns: De los Muertos y su Costumbres (2003), El Analizador de Espectros (2005),  Temblad Temblad Malditos (2007) e Viva La Muerte (2011).


Formação Atual:


J. Oskura Nájera 

Guatxo 

Travid Cruel 

Aaron Fecal

O Auto-Suficiência Death Rock realizou uma entrevista pra conhecer melhor a banda.
Confira!




ASDR - Conte-nos um pouco sobre o inicio da carreira da EPM.

J. Oskura - No início não havia intenção de criar uma banda, era apenas um projeto caseiro, onde pretendíamos gravar amostras sonoras retratando nossas queixas e lamentos sobre a situação social e trabalhística que estava literalmente destruindo o sentido de nossas vidas. Por sua vez nós éramos um grupo de amigos com diferentes estilos artísticos, mas todos nós nos identificávamos com o gênero de horror e paranormal. Até então eu já havia acumulado experiências em bandas anteriores e só queria criar um projeto dedicado a retratar sons intimistas sem qualquer intenção de levá-lo vivo. Mas para surpresa de todos começamos a receber propostas para apresentações enquanto saia à primeira "demo" e então surgiu a idéia de transformar essas gravações num show que pudéssemos fazer com a ajuda dos membros do nosso grupo de amigos que chamamos de "La Oskura Hermandad".
A partir daí, segui gravando os discos seguintes em particular, num local que chamamos de "Lúgubres laboratórios de la Oscura Ceremonia", já que a Eyaculacion Post Mortem nunca gravou ou compôs num estúdio de gravação externo. A razão disso é que só é permitida em tais gravações a minha presença como uma ponte de canalização psíquica com as entidades associadas ou a presença de membros da nossa paróquia.

ASDR – Quais são as maiores influências musicais da banda?

J. Oskura - É uma pergunta muito difícil, realmente nos interessa tanto canções, bandas, artistas ou álbuns de períodos que abrangem muitos estilos. Mas entre nossas referências são as trilhas sonoras de filmes de terror, especialmente entre os anos 40 e 80, desde os compositores das trilhas sonoras do filmes até os temas de bandas que colaboraram, especialmente na década de 80, bandas desde Punk ao New-Wave, Heavy Metal ou Thrash.

ASDR – Quem geralmente compõe as musicas e qual é a maior inspiração para compor?

J. Oskura - A maior inspiração é geralmente o uso de uma arma completamente livre, a liberdade de expressão. Todos têm direito a ela embora muitas vezes o sistema ou as pessoas mais reprimidas queiram nos fazer acreditar que não. De modo geral, quanto mais difícil seja dizer o que se pensa ou quanto mais tentam fazer-nos silenciar, maior será nossa inspiração.

ASDR – Quando e por que surgiu o gosto pela temática “Horror”?

J. Oskura - É algo bem antes da formação da Eyaculacion Post Mortem, nossas mentes doentes sempre tiveram uma queda por monstros, fluidos viscosos, sangue e pelo paranormal, somos fãs do gênero horror. Além disso, ao longo dos anos, tem sido a nossa devoção e dedicação ao gênero de horror que nos permitiu o afastamento de um modo de vida que estava destruindo nossas esperanças. Nossa dedicação agora é criar algo que neste país de merda não existe e que nos mantém afastados de um sistema que há muitos anos não acreditamos e que a maioria parece se conformar. Nós preferimos dedicar nossas vidas ao gênero de horror, que nos faz sentir realizados fazendo filmes, música ou eventos, onde se pode expressar livremente a nossa demência, sem que precisemos ser aceitos por uma sociedade 20 vezes mais doente que nós.



ASDR – Devido às músicas "Quiero ser párroco" e "Dejad que los niños se acerquen a él", por exemplo, a banda mostra uma postura de oposição ao Cristianismo. Por quê?

J. Oskura - Geralmente nossa crítica mais ácida é com a Igreja Católica já que em um país com um reino católico como o nosso é a qual conhecemos melhor e, com a que temos que conviver. Não devido a sua fé cristã, mas sim pela sua doutrinação. São como políticos, eles criam regras e leis para somente eles serem beneficiados e então criam milhares de desculpas para justificar-se. Políticos inventando desculpas legais e católicos novas regras controladoras, é algo que Igreja de mãos dadas com a política sempre tem feito. Punindo o povo para enriquecer as suas custas usando a ferramenta do medo. Eu sinceramente acredito que se houver realmente um crente na palavra de Cristo, este deve estar a quilômetros luz de todo esse sistema, e como defensores da liberdade de expressão, tachados de blasfemes e doentes, somos inimigos total de círculos religiosos da luz e especialmente de seus mensageiros.
Atualmente, todos os cidadãos do nosso país contribuem com cerca de 260 euros por ano a Igreja, seja católica ou não. Isso perfaz um total de cerca de 11 milhões por ano entre os subsídios e isenções fiscais num momento em que milhares de espanhóis estão ficando sem trabalho, sem casa e cortes na saúde e educação, bem como o aumento histórico de impostos.
Então você pode imaginar como o catolicismo é importante até mesmo para aqueles que não professam a mesma fé, e contando que se fosse por eles, uma banda como a Eyaculacion Post Mortem nunca deveria ter o direito de existir.

ASDR – Como é a Cena na Espanha? Há produção de zines?

J. Oskura - Nos últimos anos, a cena da Espanha tem sido realmente fraca, se considerarmos como cena aquelas bandas amantes do terror, tanto na cena gótica mais post punk, como no punk, na garage e rock'n'roll. A droga dos anos 90 foram um desastre e a música chamada "alternativa" destruiu o que era na década de 80 uma fonte musical interessante. Mas a partir de 2000 em diante novas propostas surgiram, embora eu fale na verdade de um total de cerca de 20 bandas de todo o país que permanecem ativas hoje em dia, e eu acho que é muito pouco, portanto há muitos poucos zines dedicados e cena musical em Barcelona. Embora por outro lado, felizmente, há uma grande produção de zines dedicados ao cinema do gênero , você pode encontrar muita variedade para escolher e é um elo comum a todos os amantes do terror, como muitos desses zines são criados por membros de bandas como Motorzombis, Assesina Nikotina ou nós mesmos, pobres ejaculadores. De qualquer forma estamos em um momento de mudança e parece estar novamente surgindo novas bandas e propostas realmente interessantes. Em geral maus momentos são bons para a expressão criativa.

ASDR – Vocês te curiosidade de conhecer a cena brasileira? Como apresentarem-se no maior festival do Brasil, o Wood Gothic Festival, por exemplo.

J. Oskura - É claro que estamos interessados em conhecer pessoalmente a cena no Brasil, desejamos tanto profissional, como pessoal também. Mas até agora não se tornou possível, espero que aconteça num futuro próximo.

ASDR – Quais são as novidades que a Eyaculacion Post Mortem pode adiantar aos fãs brasileiros?

J. Oskura - Estamos atualmente envolvidos na edição de um vídeo da performance que realizamos este ano em Barcelona, que chamamos de "Baño de Sangre", que batizamos com a ajuda de todos os nossos paroquianos que assistiram a nossa cerimônia. Um concerto em que o nosso público foi batizado com mais de 150 litros de sangue. O vídeo será lançado em DVD nos próximos meses, ainda sem data exata. Mas provavelmente uma edição limitada com um pequeno número de cópias.



Se vocês quiserem saber mais sobre a banda, acessem a Página Oficial dos caras:


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